Lugares acordam memórias, acordam histórias dentro de nós!
Nas décadas seguintes à instalação de Brasília como capital, meu pai, então empresário do setor de “serralheria’, atuou forte e pessoalmente em alguns projetos dessa grande empreitada brasileira.
Ainda criança pude acompanhar alguns de seus notáveis movimentos. Ele levava seus colaboradores para essa cidade, em várias missões: instalavam portões, peças de ferro naqueles campos de obras – era o que aquela cidade havia se tornado. (diziam.. eles)

O aeroporto de Brasília, onde estou agora, era citado por ele, pelo porte e grandiosidade destacados para aquele tempo. Em uma de suas histórias relatava as brincadeiras saudáveis que fazia com os colaboradores. Uma, em específico ele mencionava a frase: “Abre-te Sésamo”, quando paravam diante das portas automáticas do aeroporto, que como um passe de mágica, abriam-se, não pelo que foi dito, mas pelo peso do corpo nos tapetes. Mas daquele grupo, só ele sabia.. E dizia “Abre-te Sésamo”, e a porta se abria…kkkk Trabalhavam bastante, mas divertiam-se também.
A passagem rápida por esse lugar me acordou essas e outras memórias da convivência dele, meu pai, com o então conhecido Juscelino Kubitschek. As serestas que eles faziam, num cenário de construção da “capital” de um país cheio de esperanças.. Além das recordações restaram as fitas cassetes com as vozes daqueles homens cantando em seu caminho, escrevendo suas histórias. Cada um do seu jeito, do seu modo, com sua contribuição.
Quem diria que o palco dessas histórias tão cheias de otimismo e de trabalho tornar-se-ia o teatro atual da instalada crise moral e ética, de tanta corrupção.. (sniff)
Até ..