A fonte de verdadeira satisfação provém, em torno de 60% ou mais, de atividades produtivas, e também de realizações do trabalho. Quando tive acesso a essa informação, me veio à tona, a busca incessante das pessoas, por prazeres de todo tipo e em toda parte, para “aproveitar a vida”. Daí que acabam encontrando boas sensações, entretanto, aparecem como fugazes. Obviamente que não se pode generalizar, existem casos e casos.
Entretanto, e o mais legal é considerar que o trabalho, “maldito” por muitos, por ser “penoso”, “difícil” e até mesmo “um castigo” – predicados que aprendemos ao longo da vida – é fonte de muitas realizações positivas e duradouras.
Certa vez, faz muitos anos, assisti um show do Toquinho, num encontro anual de executivos, promovido pela empresa e algo que ele disse ao final, me marcou e tenho comigo até hoje:
“Estou fazendo a coisa que mais gosto, música. E ainda ganho dinheiro pra isso.”
Pensei comigo, que privilégio poder ganhar dinheiro com a realização de gostos, de prazeres da vida. Muitos anos depois, participei de um evento em São Paulo, com o Rick Jarow, o autor do livro “Criando o trabalho que você ama”., e mais uma vez essas reflexões vieram à tona.
- É possível trabalhar com o que se ama? Ou é uma utopia?
- Será um privilégio para poucos, como o Toquinho?
- Fazer o que se gosta, o que se ama, nem sempre “dá dinheiro”.
O fato é que a gente para muito pouco pra pensar no que “de fato”, no que “realmente” gostamos, no que realmente somos. Inundados por influências, por modelos pre-concebidos, muitas vezes “achamos” que gostamos. Vez ou outra, uma voz interna cochicha o contrário. Parece nossa consciência ou nossa alma querendo um espaço pra respirar (rs)…
Lendo a Revista Vida Simples, um texto(capa), assinado pela querida e editora Ana Holanda, entitulado “Como encontrar o trabalho dos sonhos” me deparei de novo com essas mesmas questões. Palavras afetuosas e que me fizeram pensar novamente nas motivações que nos impulsionam a agir na vida. Mais especialmente a agir para o trabalho. Ela adiciona o elemento “alma”… qual o trabalho sua alma quer?. E menciona:
“E essa escuta, a da alma, é algo que a gente demora a apurar. “
Arrisco dizer que muitos não chegam lá (rs). Lembrei daquele número que mencionei no início desse artigo, que repito, “em torno de 60%” das realizações com satisfação verdadeira provêm de atividades produtivas. Conectei com a frase citada na revista, do filósofo Albert Camus, que gostei muito:
˜Sem trabalho, toda a vida apodrece, mas, quando o trabalho é desprovido de alma, a vida sufoca e morre.
Encontrar o que nos motiva, o que realmente nos mobiliza à realizações profundas e positivas requer o exercício do autoconhecimento. Requer parar pra pensar, requer fazer escolhas. Quando desenvolvi o 4TOUCH, um programa destinado ao desenvolvimento pessoal, que ajuda as pessoas a saírem da inércia e serem mais realizadoras, eu mantinha essas reflexões cultivadas por anos, como pano-de-fundo. Logo instituí o primeiro módulo voltado ao autoconhecimento. Para estimulá-las a pensarem sobre si mesmas, seus valores, seus gostos pessoais, suas habilidades, suas motivações, seus propósitos e significados.
Esses caminhos de descobertas, de diálogos internos podem ser muito valiosos, seja para confirmar os caminhos já escolhidos, seja para decidir por outros. O fato é que, ampliar o nível de consciência do que se é favorece muito a conquista de uma vida mais plena, com mais significado e porque não dizer, mais feliz?
Até sempre,
Darlene
Olá, Darlene. Excelente questão essa do trabalho. Iniciei essa mesma investigação com um amigo. Dá pra conferir aqui: https://cosmoscopio.wordpress.com/2018/01/30/o-trabalho-e-necessario/
Creio que suas reflexões sobre o tema possam contribuir com essa investigação, porque uma questão que permanece em aberto é uma de profunda relevância a quem se recusa a aceitar que a vida humana seja essa miséria que vemos com tanta frequência: se a alma sabe qual é a atividade que a energiza, que a empodera e a mantém alegre, vibrante, o que fazer com a possibilidade (real possibilidade) de ninguém se interessar por essa atividade como a alma se interessa, uma vez que o trabalho, para gerar o produto que alimenta a vida do trabalhador, depende do relacionamento entre partes interessadas? Quer dizer, e se ninguém vir valor naquilo que eu faço? A mim, parece que o único jeito de superar essa questão é superando a questão, isto é, só se pode descobrir a verdade dos fatos quando se está disposto a enfrentar todas as possibilidades, mesmo as possibilidades da solidão e da morte.
Me alegra poder cultivar essas questões no seu espaço. Fico feliz que as promova.
Agradeço, Darlene.
Bons dias a você!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Sempre fiz o que amo e sempre empreendi. Até agora colecionei uma grande quantidade de sucessos e fracassos e cheguei à conclusão que sou pouco habilidoso em ganhar dinheiro. Me pergunto se uma carreira chata não teria me feito mais feliz.
CurtirCurtir
Darlene, que texto fantástico ! Seguindo você, beijinhos !
CurtirCurtido por 1 pessoa
Obrigada Larissa.. pela leitura e comentário.. #tmj bjo
CurtirCurtir